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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O SOBERANO ESTÁ INDO...


Caracas cancela comemoração de ano-novo após piora da saúde de Chávez

Presidente enfrenta complicações após cirurgia para retirada de um câncer - Marcelo Garcia/AP

Em vez da festa, mensagem da prefeitura encoraja 'toda família a receber um ano-novo com uma oração de fé e esperança pela saúde do presidente'



Lucas Hirata - Agência Estado
Veja também:
Estado de saúde de Chávez piora em Havana
Oposição venezuelana exige informações sobre Chávez
Em nota, Chávez diz que enfrenta 'momento difícil'


Marcelo Garcia/AP
Presidente enfrenta complicações após cirurgia para retirada de um câncer
CARACAS - Por causa das "novas complicações" no estado de saúde do presidente venezuelano Hugo Chávez, o escritório do prefeito de Caracas anunciou no Twitter que cancelou a comemoração anual de Ano-Novo na cidade, realizada tradicionalmente na icônica Plaza Bolívar. Em vez da festa, a mensagem da prefeitura encorajava "toda família a receber um ano novo com uma oração de fé e esperança pela saúde do presidente Chávez".

No domingo a noite, o vice-presidente do país, Nicolás Maduro, disse em um discurso pela televisão que o presidente venezuelano enfrenta "novas complicações" e permanece em estado "delicado", uma vez que se recupera de uma cirurgia para retirada de um câncer realizada em Cuba.

"Depois de 19 dias desde uma complexa cirurgia, o estado do presidente Hugo Chávez continua delicado, apresentando complicações que estão sendo tratadas, em um processo que não está isento de riscos", disse em tom sóbrio o vice-presidente Maduro, que recentemente foi indicado pelo líder como seu sucessor preferido.

Como Chávez luta contra uma infecção respiratória pós-operatória e permanece em uma "situação difícil", Maduro disse ontem que planejava ficar em Havana com o presidente e sua família "nas próximas horas" para ver como o estado de saúde de Chávez evoluiria. Maduro não deu mais detalhes sobre os novos problemas enfrentados pelo líder. As informações são da Dow Jones.

FONTE:http://www.estadao.com.br/

MEU PEDIDO PARA 2013...PAREM DE MENTIR


 Um pedido para 2013:


                Elio Gáspari
 parem com as promessas - 30/12/2012

A doutora Dilma poderia começar o ano inovando: basta proibir que seus ministros prometam o que não entregaram. Por exemplo: se o PIB de 4% em 2012 não aconteceu, o doutor Mantega fica proibido de prometer qualquer coisa para 2013. Nesse caso, por mais que se suponha um "levantador de PIB", deve-se reconhecer que o cumprimento da promessa não depende apenas dele ou da doutora. Em outros casos, ou depende e o governo não conseguiu fazer, ou sabia desde o primeiro momento que estava apenas parlapatando.

Por exemplo: em 2011 o então ministro Fernando Haddad prometeu pela segunda vez a realização de duas provas do Enem em 2012. Com dois exames a garotada fica livre da tensão de jogar um ano de vida numa manhã. Em janeiro passado, ao renegar a promessa do ano anterior, a doutora Dilma disse que o governo tomaria jeito em 2013. Nada. Ela e seus ministros sabem que, enquanto o MEC não tiver um banco de questões, as duas provas serão impossíveis. Ele não o tinha nem o tem. Basta não prometer.
Em janeiro, ao conceder benefícios fiscais à empresa Foxconn, o governo anunciou que ela produziria iPads e iPhones no Brasil "a preços competitivos internacionalmente". Nada. A empresa já fabrica iPads em Pindorama, e a Apple os vende a R$ 1.349. Na loja americana custam US$ 399, ou R$ 800. Nesse caso, os impostecas sabem que, enquanto não mexerem na tributação nacional, os preços das máquinas continuarão altos. (Até hoje não apareceram os US$ 12 bilhões de investimentos da Foxconn no Brasil, anunciados em 2011 durante a visita da doutora a Pequim.)
Em dois projetos, contudo, a doutora deve ser louvada por prometer e não entregar, porque se tentar será pior. Um é o da compra de caças para a Força Aérea. O outro é o Trem-Bala

Fonte:http://www.averdadesufocada.com

O PREÇO DA SOBREVIDA


Valério e o país dos surdos






  Meu mundo caiu!
A imprensa golpista conseguiu
e me fez ficar assim....
Se o Valério e a Rose falarem...
Não sei o que será de mim...

Se o Congresso chamar o Valério, a Rose e outros
 não vai encontrar apenas um Elba. O rombo
 nos cofres públicos, nos meus tempos, é bem
maior que a cascatinha dos jardins da Casa da
Dinda!

 Guilherme Fiuza - Época
Collor deve estar um pouco zangado. Passou à história como o presidente corrupto, derrubado após um processo de impeachment que uniu o país inteiro contra ele. A CPI do PC revelara o esquema de uso do poder para montagem de um caixa particular no topo da República. Hoje em dia, esse tipo de método não derruba mais presidente – muito pelo contrário, serve para vitaminar o partido dominante. Após sete anos de silêncio, Marcos Valério abriu o bico. Disse que Lula teve despesas pessoais pagas pelo esquema do mensalão. Diante dessa notícia, o Congresso não consegue sequer convocar Valério para depor. Está tudo dominado.

A queda de Collor se iniciou no momento em que foi descoberto um cheque do esquema PC usado para comprar um carro para o presidente. Um dos famosos fantasmas de Paulo César Farias, Manoel Bonfim, assinava o cheque usado para pagar o Fiat Elba que abalou a República, conforme revelou o jornalista Jorge Bastos Moreno. Desde que Pedro Collor entregou o irmão, numa entrevista em que denunciava o conluio com PC, o país tremeu e as instituições se jogaram de cabeça na investigação. Quando Valério diz que abasteceu Lula, a reação geral é bem diferente, sobressaindo-se a pergunta de sempre: onde estão as provas?
Vai ser difícil encontrar o Fiat Elba de Lula. A hegemonia petista inverteu esse princípio do Direito: não se investiga para encontrar provas, só se investiga se houver provas. E mesmo quando há, como no caso Rosemary, a investigação pode parar também. O enésimo esquema de tráfico de influência descoberto no governo popular se transformará, provavelmente, em mais uma façanha da faxineira – porque na hora de ligar os aloprados ao chefe, a linha cai.
Por que Rosemary não foi grampeada pela Polícia Federal? Uma mulher que falava em nome de Lula, que se dizia namorada de Lula – e ninguém a considerou louca por isso, ou seja, ela sabia o que dizia –, uma mulher, enfim, que andava com Lula para cima e para baixo e conseguia milagres no terreno das nomeações de parasitas, não foi sequer objeto de escuta telefônica. Ou foi, e esse áudio virou um arquivo milionário para quem o guardou.
Pobre Collor. Imaginem se ele tivesse uma Rosemary. Talvez fosse criada uma CPI só para ela. Mas a Rosemary de Lula não vai nem ao Congresso prestar esclarecimentos, porque a convocação dela é derrubada no próprio Congresso.
Como o Brasil aceita um escárnio desses? Como pode uma quadrilheira protegida de Lula, nomeada pela ministra Dilma e mantida pela presidente Dilma, após um flagrante esfregado na cara dos contribuintes lesados por mais essa ação entre companheiros, permanecer a salvo de uma investigação clara e urgente?
É muito simples, e os culpados estão na cara: são os brasileiros. Quem protege o triângulo Lula-Rosemary-Dilma são os brasileiros. Na época de Collor, não haveria a menor possibilidade de os parlamentares barrarem a convocação de uma Rosemary, pelo simples fato de que estariam fritos. Mas o Brasil de hoje não faz questão de nada. Se sente altamente consciente e cidadão apoiando a lei da ficha limpa, enquanto a ficha suja se esbalda à sua frente, protegendo Rosemary, Valério, Cachoeira, Delta e seus sócios palacianos, numa boa. Se aparecer o Fiat Elba de Lula, é capaz de ser doado com pompa ao Brasil Sem Miséria, ou ao Brasil Carinhoso, com aplausos pela solidariedade companheira.
O julgamento do mensalão ficará como uma página quase cômica da história brasileira. O país que explode de orgulho com o fim da impunidade é governado, candidamente, pelo mesmo grupo político que pariu o esquema. O governo Dilma se esvai em pus, com sete ministros derrubados na ciranda das negociatas fisiológicas – a mesma tecnologia mensaleira de sustentação política – e o povo lhe dá aprovação recorde. O poder impressionante de uma Erenice, de um Valério, de uma Rosemary continua sendo, nesse país de todos, mera coincidência.
Marcos Valério falou ao Ministério Público de Paulo Okamotto, o conhecido personal-patrocinador de Lula, como uma pessoa que o teria ameaçado. De novo, se estivéssemos na era Collor, isso seria uma bomba.
O erro de Collor, pelo visto, foi não ser filiado ao PT. Mas até o ex-presidente defenestrado já se reciclou, abrigando-se no império dos oprimidos – onde a impunidade emana do povo.

Fonte:http://www.averdadesufocada.com

domingo, 30 de dezembro de 2012

O SILENCIO É SOBREVIDA...

 O SILÊNCIO DAS  INOCENTES...

O PÍFIO PIB(INHO) DÁ LUGAR A INFLAÇÃO...


Investidores forçam queda de Guido Mantega, e BC do B torra reservas para segurar o dólar


Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Leia também o site Fique Alerta – www.fiquealerta.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Guido Mantega está derretendo. É cada vez maior a pressão das transnacionais para que Dilma Rousseff substitua seu ministro da Fazenda. O principal argumento para a detonação de Mantega é a insegurança na política de econômica, sobretudo em relação ao sistema de incentivos para projetos industriais e também por causa da falta de clareza no sistema de “câmbio flutuante” – a toda hora com caríssimas intervenções do Banco Central do Brasil para forçar uma baixada na cotação do Dólar em relação ao Real irreal.

Guido Mantega também sofre pressões de investidores internacionais da Petrobrás – onde o ministro ocupa o cargo estratégico de presidente do Conselho de Administração. Os acionistas da estatal de economia mista continuam inseguros com a titubeante indefinição sobre o reajuste nos preços dos combustíveis. Mantega já fez a promessa do aumento para o ano que vem, mas a promessa não convence o mercado. Lá fora, todos sabem que Mantega comanda tudo que acontece de ruim na Petrobrás, em parceria com o diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa. Os dois fazem malabarismos diários com bancos internacionais para evitar tremores com o caixa da empresa.

A Presidenta Dilma Rousseff identifica na dupla Mantega-Barbassa a principal fonte de intrigas para desestabilizar a gestão de sua amiga e afilhada Maria das Graças Foster, na Petrobrás. Este é um dos motivos pelos quais deseja substituir Mantega na próxima mini-reforma ministerial prevista para fevereiro de 2013. Dilma só ainda não sabe quem vai para o lugar dele. Bem cotado com ela está Aloísio Mercadante Oliva – atualmente no Ministério da Educação. Se não for para a Fazenda, Mercadante pode ir para a Petrobrás – se Dilma não conseguir segurar a pressionada Graça.

Dilma ontem nem quis saber de Mantega. Fez uma reunião privativa com Alexandre Tombini, presidente do Banco Central. A Presidenta recebeu detalhes sobre mais um leilão de linha marcado pelo BC do B para sexta-feira. A operação consiste na venda de dólares com compromisso de recompra no futuro. Serão oferecidos US$ 2 bilhões, com taxa de R$ 2,059 e recompra programada para o dia 1º de fevereiro de 2013. Nos últimos dias, o BC do B vendeu cerca de US$ 4 bilhões.

Outra bronca contra Mantega vem do seleto e secreto grupinho de bancos nos quais o Banco Central do Brasil faz a aplicação de nossas bilionárias reservas internacionais em dólar. Na batalha diária com a realidade, em uma política de câmbio flutuante de mentirinha e sob constante intervenção da pretensa autoridade monetária, Mantega mexe demais nas reservas aplicadas – o que provoca o descontentamento dos gestores da grana. E cada mexida tem sido um desastre. Só este mês, o País torrou US$ 17 bilhões das reservas.

Além das rusgas com investidores externos e da batalha diária para enfeitar o Real, Mantega cria áreas de atrito com os banqueiros daqui. Ontem, teve mais uma desgastante reunião com dirigentes financeiros. O ministro voltou a cobrar que os bancos privados nacionais injetem mais recursos nos empréstimos de longo prazo para investimentos produtivos. Como não sentem segurança na política econômica, os banqueiros não apostam em tais negócios – o que seria a lógica de um sistema financeiro em um país produtivo e empreendedor (o que não é o caso do Brasil). Atendendo aos bancos, o BC do B liberou R$ 15 bilhões dos depósitos compulsórios para o novo programa de empréstimos.

Dilma faz o discurso do crescimento econômico para 2013. Mas sabe que nada vai conseguir se não remover Mantega – uma das heranças malditas de Lula – do caminho traçado por seu governo. Depois de ter sido chamada de “rena do nariz vermelho” pelo jornal Financial Times, que é o porta-voz da oligarquia financeira transnacional que controla os negócios no Brasil e no mundo, Dilma deseja reagir. Detonar Mantega pode ser uma prova de que quem manda na economia é ela.

Fonte:http://www.alertatotal.net/

POLÍTICOS BRASILEIROS NÃO QUEREM POVO EDUCADO


 - Educação repetente

Editorial Zero Hora - 28/12/2012

Há pouco mais de quatro anos, num texto intitulado "No limiar do século 21", o sociólogo Hélio Jaguaribe ressaltava que, depois da universalização do Ensino Fundamental, o desafio do país nessa área passava a ser o de garantir uma melhora significativa na qualidade da educação de base. Simultaneamente, ficava comprometido a aumentar também o nível e o acesso ao Ensino Médio. Em plena segunda década do novo século, há avanços discretos em relação a esses aspectos.

 O país, porém, mantém-se preso a padrões de ensino típicos do século 19 e segue sem conhecer as competências necessárias para um mercado de trabalho no qual o que conta é o conhecimento. Pior: além de reduzida, a média de anos de estudo dos brasileiros, de maneira geral, está associada a ensino de qualidade duvidosa, o que ajuda em muito a explicar os baixos índices de produtividade dos trabalhadores brasileiros e a insatisfação acentuada com os ganhos salariais. Essas, provavelmente, são as questões mais desafiadoras para um país que pretende expandir sua economia e figurar no ranking dos mais competitivos.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dão uma ideia clara da distância que ainda separa o Brasil de países adiantados. O mais preocupante deles é a média de apenas 7,3 anos de estudos, indicando que uma parcela expressiva da população brasileira não tem sequer o Ensino Fundamental completo. Entre os brasileiros que já estão no mercado de trabalho, apenas 46,8% cursaram o Ensino Médio e uma parcela muito menor _ 12,5% _ o Ensino Superior completo. Mesmo entre esses cidadãos privilegiados com um período mais longo de presença em sala de aula, a situação não é das mais favoráveis. O número reduzido de quem frequenta a pré-escola e a falta de qualidade do ensino de maneira geral fazem com que apenas um pequeno percentual, já na fase adulta, lide bem com as quatro operações no dia a dia e consiga interpretar um simples texto. Como imaginar o país em condições de competir com os que apostaram no conhecimento, numa situação dessas?
O Brasil deveria levar mais em conta os alertas de especialistas de que a pouca atenção ao ensino está na origem de crises econômicas como a registrada hoje em âmbito internacional ou de dificuldades de aproveitar o seu potencial para se desenvolver. Ruim para o país, o descaso com o ensino é péssimo para a população, pois há uma relação evidente entre tempo de estudo e desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Um ano a mais de aprendizado já é suficiente para ampliar em 15% a renda de um profissional. No caso de quem tem Ensino Superior completo, o impacto é estimado em 47%. Em consequência, a diferença em relação ao ganho de quem tem apenas Ensino Médio para quem foi além nos estudos alcança 167%, fator de peso para justificar a importância de um curso superior.
Os avanços do terceiro grau, principalmente depois da implantação de avaliações regulares, contrastam com os dos demais níveis de ensino. A universidade evoluiu, a ponto de algumas instituições brasileiras serem reconhecidas internacionalmente. Os universitários, como bem lembrou a presidente Dilma Rousseff na sua mensagem de final de ano aos brasileiros, vêm sendo contemplados com programas como o ProUni, que concede bolsas para graduação, e o Ciência Sem Fronteiras, que já enviou 20 mil alunos para estudar no Exterior. Apesar da universalização, porém, o ensino básico se fragilizou de maneira preocupante. Uma das razões pode estar no fato de receber bem menos recursos do que o Ensino Superior, com repercussões também sobre os ganhos e a motivação dos professores.
O país subestimou o fato de que a educação básica, para a qual o sociólogo Hélio Jaguaribe defende mais qualidade, é decisiva para o aprendizado e para a formação de profissionais em todas as áreas. Há omissões comprovadas da União, dos Estados e dos municípios, que transferem responsabilidades uns aos outros quando o assunto é educação. O efeito danoso disso tudo, que precisa ser atacado, é claro: crianças e adolescentes sem a total compreensão do que estudam e, mais adiante, profissionais com formação deficiente, incapazes de se realizar pessoalmente, de conquistar boa parcela das vagas oferecidas pelo mercado e de contribuir para um país mais próspero e mais justo.sexta-feira, dezembro 28, 2012Educação repetente - EDITORIAL ZERO HORA
ZERO HORA - 28/12

Há pouco mais de quatro anos, num texto intitulado "No limiar do século 21", o sociólogo Hélio Jaguaribe ressaltava que, depois da universalização do Ensino Fundamental, o desafio do país nessa área passava a ser o de garantir uma melhora significativa na qualidade da educação de base. Simultaneamente, ficava comprometido a aumentar também o nível e o acesso ao Ensino Médio. Em plena segunda década do novo século, há avanços discretos em relação a esses aspectos. O país, porém, mantém-se preso a padrões de ensino típicos do século 19 e segue sem conhecer as competências necessárias para um mercado de trabalho no qual o que conta é o conhecimento. Pior: além de reduzida, a média de anos de estudo dos brasileiros, de maneira geral, está associada a ensino de qualidade duvidosa, o que ajuda em muito a explicar os baixos índices de produtividade dos trabalhadores brasileiros e a insatisfação acentuada com os ganhos salariais. Essas, provavelmente, são as questões mais desafiadoras para um país que pretende expandir sua economia e figurar no ranking dos mais competitivos.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dão uma ideia clara da distância que ainda separa o Brasil de países adiantados. O mais preocupante deles é a média de apenas 7,3 anos de estudos, indicando que uma parcela expressiva da população brasileira não tem sequer o Ensino Fundamental completo. Entre os brasileiros que já estão no mercado de trabalho, apenas 46,8% cursaram o Ensino Médio e uma parcela muito menor _ 12,5% _ o Ensino Superior completo. Mesmo entre esses cidadãos privilegiados com um período mais longo de presença em sala de aula, a situação não é das mais favoráveis. O número reduzido de quem frequenta a pré-escola e a falta de qualidade do ensino de maneira geral fazem com que apenas um pequeno percentual, já na fase adulta, lide bem com as quatro operações no dia a dia e consiga interpretar um simples texto. Como imaginar o país em condições de competir com os que apostaram no conhecimento, numa situação dessas?
O Brasil deveria levar mais em conta os alertas de especialistas de que a pouca atenção ao ensino está na origem de crises econômicas como a registrada hoje em âmbito internacional ou de dificuldades de aproveitar o seu potencial para se desenvolver. Ruim para o país, o descaso com o ensino é péssimo para a população, pois há uma relação evidente entre tempo de estudo e desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Um ano a mais de aprendizado já é suficiente para ampliar em 15% a renda de um profissional. No caso de quem tem Ensino Superior completo, o impacto é estimado em 47%. Em consequência, a diferença em relação ao ganho de quem tem apenas Ensino Médio para quem foi além nos estudos alcança 167%, fator de peso para justificar a importância de um curso superior.
Os avanços do terceiro grau, principalmente depois da implantação de avaliações regulares, contrastam com os dos demais níveis de ensino. A universidade evoluiu, a ponto de algumas instituições brasileiras serem reconhecidas internacionalmente. Os universitários, como bem lembrou a presidente Dilma Rousseff na sua mensagem de final de ano aos brasileiros, vêm sendo contemplados com programas como o ProUni, que concede bolsas para graduação, e o Ciência Sem Fronteiras, que já enviou 20 mil alunos para estudar no Exterior. Apesar da universalização, porém, o ensino básico se fragilizou de maneira preocupante. Uma das razões pode estar no fato de receber bem menos recursos do que o Ensino Superior, com repercussões também sobre os ganhos e a motivação dos professores.
O país subestimou o fato de que a educação básica, para a qual o sociólogo Hélio Jaguaribe defende mais qualidade, é decisiva para o aprendizado e para a formação de profissionais em todas as áreas. Há omissões comprovadas da União, dos Estados e dos municípios, que transferem responsabilidades uns aos outros quando o assunto é educação. O efeito danoso disso tudo, que precisa ser atacado, é claro: crianças e adolescentes sem a total compreensão do que estudam e, mais adiante, profissionais com formação deficiente, incapazes de se realizar pessoalmente, de conquistar boa parcela das vagas oferecidas pelo mercado e de contribuir para um país mais próspero e mais justo.

Fonte:http://www.averdadesufocada.com

E O CONGRESSO? O QUE É???


- Brasília, um saco de gatos


Ernesto Caruso 29/12/2012
         A começar da sua concepção e desrespeito às sementes que lhe deram vida, trouxeram beleza e fama pelo projeto urbanístico e edifícios de linhas arrojadas, diversas das formas tradicionais marcadas pelas colunas cilíndricas e capitéis.
         Algumas dessas contribuições são anteriores à determinação do seu construtor, Juscelino Kubitschek, e ao trabalho dos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, muito lembrados pela imprensa nos cinquenta anos em 2010 e agora com o falecimento de Niemeyer.

Há quem considere a mudança da capital para o ermo do interior afastado dos grandes centros como a matriz de todos os males e vermes nascidos da corrupção, do apadrinhamento e do enriquecimento ilícito, infelizmente presente em qualquer rincão. Ao contrário, nossos antepassados sonharam em proteger a capital em melhores condições do que no litoral. Estrategistas dos melhores que pontilharam o território com fortalezas muito bem localizadas, de onde emergiram as povoações, vilas e cidades.
Assim, não se pode omitir a participação de alguns militares desde a inserção do registro constitucional de 1891, no seu Art. 3º, ao disciplinar “Fica pertencendo à União, no planalto central da República, uma zona de 14.400 quilômetros quadrados, que será oportunamente demarcada para nela estabelecer-se a futura Capital federal.”, emenda apresentada pelo engenheiro militar Lauro Müller.
 Fato marcante se deve ao Marechal Floriano Peixoto ter nomeado a comissão presidida por Luiz Cruls que a demarcou, bem como a criação da Comissão de Localização da Nova Capital Federal por Getúlio Vargas, presidida pelo Gen Agnaldo Caiado de Castro, que posteriormente é substituído pelo Marechal José Pessoa, já sob a presidência da República de Café Filho.
Digno de referência, José Pessoa produziu rico e minucioso estudo, antes de Lúcio Costa ganhar o concurso, com sugestão de nome e esboço com as formas que lá estão edificadas no concreto, nas vias e nas super-quadras. As minúcias engrandecem a obra, e o destacam como “precursor do planejamento de Brasília”, inspirador do projeto vencedor, posto em prática, e esquecido como genial autor.
O abastecimento das águas advindas do Rio S. Bartolomeu, rede de esgoto, da energia gerada a partir do Rio Corumbá, loteamento, quadras, “tesourinhas”, orçamentos, o eixão, o lago, hoje Paranoá, requinte de beleza, aprimoramento da natureza, moldura de mansões, cenário de pinturas e fotos, presença humana, praia, banho de sol, em uma cidade, que será (?), não lhe devota um monumento, uma placa, um nome.
Inconformado com a pressa, pediu demissão ao presidente JK, onde deixa escrito na carta: “Como posso pensar, por exemplo, na venda de lotes, se ainda não foi aprovado o projeto urbanístico?” Um particular que pretendesse fazer igual, não poderia; aprovar um loteamento não é fácil, consome muito tempo e custa caro. Perspicaz, o experiente marechal, a enxergar longe, pulou fora. Problemas vários, culminando pela ocupação desordenada do solo presente na capital, ainda hoje.
A registrar o comentário do professor da UNB, arquiteto Claudio Queiroz, em entrevista ao jornalista Alexandre Garcia (YouTube): “O marechal José Pessoa é uma das pessoas que, sem ele, talvez o processo tivesse sido cortado e postergado a outro momento, porque ele desempenhou um período fundamental da implantação da nova capital e da perspectiva de realização efetiva, quero dizer, de tornar real.”
A construção de Brasília é a consolidação do desbravamento dos Bandeirantes, da pertinaz ocupação militar da fronteira e litoral e da marcha para o oeste, a coincidir o centro do poder ao centro geográfico do território brasileiro.
Reviver a História é se precaver quanto ao futuro. Assim, das lições de consolidação do território, há que se ocupar com expressivos efetivos militares a faixa de fronteira na linha norte das imensas Reservas Indígenas Yanomami e Raposa Serra do Sol, o “calcanhar” da Amazônia. Enfatizar as condições proferidas pelo ministro do STF, Menezes Direito, no seu voto, atenuando a desastrada decisão daquela corte, quando acatou a reserva de forma continua, extensa e na fronteira.
Gatos confusos, gatos espertos, gatos servis, gatos manhosos, gatos inocentes, gatos ladrões, gatos raivosos... tem de tudo.

Fonte:http://www.averdadesufocada.com

ANALFABETISMO FUNCIONAL...DÁ NISSO!!!


Me engana que eu gosto


Ferreira Gullar- Folha de São Paulo - 30/12/2012


O próprio Lula admitiu que houve o mensalão ao pedir desculpas publicamente em discurso à nação
Muitos de vocês, como eu também, hão de se perguntar por que, depois de tantos escândalos envolvendo os dois governos petistas, a popularidade de Dilma e Lula se mantém alta e o PT cresceu nas últimas eleições municipais. Seria muita pretensão dizer que sei a resposta a essa pergunta. Não sei, mas, porque me pergunto, tento respondê-la ou, pelo menos, examinar os diversos fatores que influem nela.

Assim, a primeira coisa a fazer é levar em conta as particularidades do eleitorado do país e o momento histórico em que vivemos. Sem pretender aprofundar-me na matéria, diria que um dos traços marcantes do nosso eleitorado é ser constituído, em grande parte, por pessoas de poucas posses e trabalhadores de baixos salários, sem falar nos que passam fome.
Isso o distingue, por exemplo, do eleitorado europeu, e se reflete consequentemente no conteúdo das campanhas eleitorais e no resultado das urnas. Lá, o neopopulismo latino-americano não tem vez. Hugo Chávez e Lula nem pensar.
Historicamente, o neopopulismo é resultante da deterioração do esquerdismo revolucionário que teve seu auge na primeira metade do século 20 e, na América Latina, culminaria com a Revolução Cubana. A queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética deixaram, como herança residual, a exploração da desigualdade social, já não como conflito entre o operariado e a burguesia, mas, sim, entre pobres e ricos. O PT é exemplo disso: nasceu prometendo fazer no Brasil uma revolução equivalente à de Fidel em Cuba e terminou como partido da Bolsa Família e da aliança com Maluf e com os evangélicos.
Esses são fatos indiscutíveis, que tampouco Lula tentou ocultar: sua aliança com os evangélicos é pública e notória, pois chegou a nomear um integrante da seita do bispo Macedo para um de seus ministérios. A aliança com Paulo Maluf foi difundida pela televisão para todo o país. Mas nada disso alterou o prestígio eleitoral de Lula, tanto que Haddad foi eleito prefeito da cidade de São Paulo folgadamente.
E o julgamento do mensalão? Nenhum escândalo político foi tão difundido e comprovado quanto esse, que resultou na condenação de figuras do primeiro escalão do PT e do governo Lula. Não obstante, o número de vereadores petistas aumentou em quase todo o país.
E tem mais. Mal o STF decidiu pela condenação de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, estourava um novo escândalo, envolvendo, entre outros, altos funcionários do governo, Rose Noronha, chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo e pessoa da confiança e da intimidade de Lula.
Em seguida, as revelações feitas por Marcos Valério vieram demonstrar a participação direta de Lula no mensalão. Apesar de tudo isso, a última pesquisa de opinião da Datafolha mostrou que Dilma e Lula continuam na preferência de mais de 50 % da opinião pública.
Como explicá-lo? É que essa gente que os apoia aprova a corrupção? Não creio. Afora os que apoiam Lula por gratidão, já que ele lhes concedeu tantas benesses, há aqueles que o apoiam, digamos, ideologicamente, ainda que essa ideologia quase nada signifique.
Esse é um ponto que mereceria a análise dos psicólogos sociais. O cara acha que Lula encarna a luta contra a desigualdade, identifica-se com ele e, por isso, não pode acreditar que ele seja corrupto. Consequentemente, a única opção é admitir que o Supremo Tribunal Federal não julgou os mensaleiros com isenção e que a imprensa mente quando divulga os escândalos.
O que ele não pode é aceitar que errou todos esses anos, confiando no líder. Quando no governo Fernando Henrique surgiu o medicamento genérico, os lulistas propalaram que aquilo era falso remédio, que os compridos continham farinha. E não os compravam, ainda que fossem muito mais baratos. Esse tipo de eleitor mente até para si mesmo.
Não obstante, uma coisa é inegável: os dirigentes petistas sabem que tudo é verdade. O próprio Lula admitiu que houve o mensalão ao pedir desculpas publicamente em discurso à nação.
Por isso, só lhes resta, agora, fingirem-se de indignados, apresentarem-se como vítimas inocentes, prometendo ir às ruas para denunciar os caluniadores. Mas quem são os caluniadores, o Supremo Tribunal e a Polícia Federal? Essa é uma comédia que nem graça tem.

Fonte:http://www.averdadesufocada.com

sábado, 29 de dezembro de 2012


Alto Comando do Exército reforça esquema de segurança a Joaquim Barbosa, após duas ameaças


Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Exclusivo – O Alto Comando do Exército ratificou ontem que continuará sendo o principal responsável pela segurança pessoal do presidente do Supremo Tribunal Federal. A cúpula militar ainda determinou um reforço no esquema que protege Joaquim Barbosa, depois de detectar pelo menos duas ameaças, nas últimas 48 horas, ao ministro que relatou o processo do Mensalão. Além de escolta, Barbosa agora contará também com vigilância inteligente durante a noite.

A ordem oficial de reforço veio às 14h 52 minutos de sábado. O documento reservado foi providencialmente assinado pelo General José Elito, membro do Alto Comando do EB e ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Além das ameaças detectadas pela inteligência militar, o reforço foi justificado por um estranho fato burocrático ocorrido na sexta-feira.

Na hora em que Barbosa se preparava para encerrar o expediente no STF, veio uma suposta ordem do Ministério da Defesa para que o pessoal militar que fazia a segurança de Barbosa fosse substituído. A nova orientação seria que Barbosa, após o julgamento do Mensalão, voltaria a contar com a proteção de agentes do Judiciário ou da Polícia Federal. Acontece que os servidores da Agência Brasileira de Inteligência, a serviço do GSI e do EB, resolveram não cumprir a estranha ordem, já que não tinham recebido qualquer comunicado oficial sobre a troca.

 Joaquim Barbosa foi para sua residência oficial vigiado por duas diferentes equipes de escolta. Avesso à segurança pessoal, Barbosa reclamou do excesso de pessoal militar com o qual já estava habituado a conviver. Ontem, o conflito de atuação foi desfeito. O General Elito, pessoalmente, reafirmou que só o Alto Comando do Exército ficará responsável por ordens acerca do esquema especial de segurança a Joaquim Barbosa. O serviço continua a ser executado por agentes de inteligência e oficiais do EB.

O esquema funciona no Rio de Janeiro, neste final e começo de semana, onde Barbosa passa o Natal e responde pelo plantão de recesso do Supremo Tribunal Federal. No Ministério da Defesa, estranhamente, ninguém assume de onde veio a ordem para alterar a segurança de Barbosa. Nas entrelinhas, no meio militar, interpreta-se que foi dado mais um sutil recado do Alto Comando do Exército ao governo e, por extensão, ao Partido dos Trabalhadores – cujos dirigentes, publicamente, vêm hostilizando Barbosa e fazendo críticas ácidas ao Poder Judiciário.

Ao que se sabe até agora, a Presidente Dilma Rousseff apenas tomou conhecimento da pequena confusão, mas não teria interferido no conflito entre a EB-Defesa-GSI, mesmo sendo a comandante-em-chefe das Forças Armadas. Não chegou a se configurar uma “crise militar”. Mas a cúpula do EB reafirmou sua independência para tomar decisões que considere de interesse estratégico para a segurança nacional ou para o pleno funcionamento das instituições democráticas. Se os petistas souberem ler, este pingo de decisão dos Generais é uma letra maiúscula de que não se aceitará um desrespeito às regras institucionais e constitucionais.

O recado do EB foi direto: a petralhada deve parar de falar e fazer besteiras contra o frágil regime democrático no Brasil

Fomte:- serrao@alertatotal.net 

A PUNIÇÃO AOS CONSPIRADORES FOI EXEMPLAR


Um golpe de mestre
Otávio Bravo, O Globo

O ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, pode ter vários defeitos, mas de bobo ele não tem nada. Com a decisão de negar-se a decretar a prisão imediata dos condenados no julgamento do mensalão, ele consegue, de uma tacada só, atingir seis objetivos:

1. Esvazia (ainda que em aparência) o discurso de parcialidade do julgamento, exaustivamente repetido pelos críticos da condenação;

2. Reafirma a credibilidade do STF junto à opinião pública, pois se ele deixasse a decisão para qualquer outro ministro (ou mesmo para o plenário) choveriam críticas em caso da ausência de decretação imediata da prisão (como “herói nacional”, Barbosa é o único ministro do Supremo acima do bem ou do mal; isso é fato, ainda que não seja salutar para as instituições);

3. Impede uma crise institucional mais séria, que já se desenhava nos últimos dias, com ameaças de cassação de ministro do STF, por parte do presidente da Câmara, e de processo por prevaricação de deputado, por parte de ministros do Supremo;

4. Não se arrisca à utilização da prisão imediata como jogada de mídia por parte dos acusados (publicou-se, há alguns dias, que alguns dos acusados, se presos, exigiriam ser algemados e fotografados, em óbvia vitimização);

5. Impede o desgaste de — uma vez mais — ser obrigado a justificar eventual mudança jurisprudencial do STF;

6. Deixa o problema da questão dos mandatos dos parlamentares nas mãos do Congresso.

Negar a prisão, nesse momento, significa rejeitar a execução imediata da decisão condenatória do STF. Assim, a cassação efetiva dos mandatos também só se dará após o trânsito em julgado do acórdão (ou seja, depois de interpostos os recursos — embargos declaratórios — por parte dos condenados).

Ou seja, até lá o desgaste de ter membros condenados por corrupção passiva, peculato e formação de quadrilha é do Congresso.

E o STF ainda pode tripudiar: “Se vocês acham que a competência para cassar é de vocês, por que não promovem (ou tentam promover, já que a votação é secreta) a cassação dos parlamentares condenados, nos termos regimentais? Ou preferem assistir passivamente à atuação, em plenário e em comissões (como a de Constituição e Justiça), de congressistas condenados criminalmente por corrupção, peculato etc...?”

Qualquer pessoa pode expressar restrições pontuais à atuação do ministro Barbosa (inclusive sobre sua conduta no caso do mensalão, embora tais restrições não correspondam, por evidente, a acreditar na inocência dos acusados).

Sua postura, em julgamentos passados, mostrou-se, por diversas vezes, excessivamente draconiana e parece óbvio que a convivência com ele, em plenário e fora dele, deve ser dificílima.

Mas essa decisão, independentemente do mérito da condenação (até porque, nesse aspecto, Inês já é morta, velada e enterrada, ou seja, o caso está encerrado), foi, antes de tudo, uma prova de inteligência. Verdadeiro golpe de mestre.



Otávio Bravo é promotor de Justiça e professor de Direito Penal e de Direito Internacional da PUC-Rio


Fonte:http://oglobo.globo.com/pais/noblat/

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012


Certeza da dúvida
Miriam Leitão, O Globo

A Venezuela vive uma situação dramática. Hugo Chávez luta pela vida em Cuba, depois de quatro cirurgias. Há dúvidas sobre quem toma posse e quando, e sobre quem vai governar nos próximos seis anos.

Mas não há dúvidas sobre a divisão profunda do país, a crise econômica, a fragilidade da maior empresa venezuelana usada durante anos como arma política por Chávez.

Nos últimos 14 anos, Chávez governou alterando a Constituição quando interessava aos objetivos do seu governo, convocando plebiscito quando estava com alta popularidade para fazer as mudanças que queria, não cumprindo a vontade popular quando perdia os referendos, eliminando ou ameaçando a imprensa que não seguia o seu comando e usando o caixa da PDVSA para seus programas.

Foi tão personalista em seu projeto de poder que não criou lideranças alternativas. Mesmo agora, não há um sucessor óbvio.

Nicolás Maduro é considerado pelo próprio chavismo como um político sem a capacidade do chefe de hipnotizar as massas. Virou candidato a vice-presidente porque Elías Jaua, o último vice-presidente, foi indicado por Chávez para candidato ao governo de Miranda e perdeu a eleição.

O homem mais forte do chavismo é o presidente da Assembleia, Diosdado Cabello Rondón, companheiro de Chávez na tentativa de golpe em 1992.

Com a oposição enfraquecida pela última eleição de governadores, a Constituição está sendo interpretada da forma mais conveniente ao chavismo: a posse deve ser adiada. Henrique Capriles, lider da oposição e governador eleito de Miranda, já disse que concorda com essa solução.

Nas eleições recentes para os governos estaduais, o Partido Socialista Unido da Venezuela, o partido chavista, tomou quatro estados da oposição e agora governará 20 dos 23 estados do país.

Miranda é o único importante, o segundo maior colégio eleitoral e economicamente forte. Os outros dois estados foram Amazonas e Lara.

O governo, em 2012, abusou de novo do seu poder durante as campanhas e usou a comoção em torno da doença do presidente. O chavismo mostrou enorme força ao conseguir nas urnas um mandato para Chávez, que vai até 2019, e 20 governos estaduais.

O chavismo controla o legislativo, a Suprema Corte e o Conselho Nacional Eleitoral. As Forças Armadas também estão hoje sob controle. Logo que assumiu o poder, há 14 anos, Chávez colocou na reserva seus adversários e promoveu o então jovem oficialato que havia estado do lado dele na tentativa de golpe de 1992.

Na economia, é a crise de sempre. A inflação é a mais alta da América Latina, em torno de 30%, apesar dos preços controlados.

O país cresce este ano por força do aumento dos gastos públicos para sedimentar a campanha presidencial. A PDVSA, ordenhada ao longo dos anos, tem pouca capacidade de investimento.

A Venezuela vive unicamente do petróleo abundante em seu território.

Chávez pode tomar posse, ainda que doente, e pedir licenças sucessivas para se tratar. Maduro governaria como representante.

Mas se Chávez não vencer o câncer, e for decretada sua “ausência absoluta”, terão que ser convocadas eleições em 30 dias.

O mais forte herdeiro é Cabello. Sobre ele pairam indícios de envolvimento com o narcotráfico, mas é o homem mais poderoso no chavismo, depois do insubstituível líder. Controla o partido, uma facção importante das Forças Armadas e a Assembleia Legislativa.

O chavismo sem Chávez passará primeiro pela disputa interna pelo espólio. Nela, o movimento se enfraquecerá. Qualquer que seja o cenário, a Venezuela viverá dias de incerteza e anos de instabilidade política.

Fonte:http://oglobo.globo.com

Sem andar, sedado e com sonda no nariz, Hugo Chávez corre risco de morrer de câncer em Cuba

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Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O estado de saúde de Hugo Chávez Frias é praticamente irreversível. O Presidente da Venezuela não terá condições de assumir seu próximo mandato porque está à beira da morte.  Corre o risco até de morrer em Cuba ou na viagem de volta a seu país. Chávez já sofreu quatro cirurgias em um ano e meio. O Foro de São Paulo – organização transnacional que coordena as ações visíveis e ocultas da esquerda na América Latina e Caribe – se prepara para sofrer sua maior perda, desde a “aposentadoria” forçada de Fidel Castro.

Hospitalizado em Cuba, Hugo Chávez não consegue mais andar, por causa de um câncer na medula. Seu estado de consciência é prejudicado por causa das fortíssimas injeções de narcóticos contra as dores que sente. Ele não tem como tomar decisões por causa dos pesados sedativos. Para piorar, Chávez também não consegue mais digerir alimentos e absorver nutrientes por causa do estágio avançado de seu câncer no intestino. Além de sedado a maior parte do tempo, Chávez tem de suportar o incômodo de uma sonda nasogástrica para ser alimentado.

Estas são as informações que circulam em fóruns internacionais de medicina. Foi um total fracasso a cirurgia a que o líder da revolução bolivariana se submeteu em Cuba – onde a mentira socialista alimenta o mito de ser um paraíso da medicina. Além de perder muito sangue, Chávez teve mais complicações e suas dores se intensificaram. Tomografias recentes mostram que não funcionou a tentativa de descompressão medular. Tecnicamente, Chávez está paralítico. Não consegue andar e, mesmo sentado, sofre com as dores.

Agora, o caso mais complicado é o avanço do tumor no íleo – que é a terceira parte do intestino delgado, entre o jejuno e o ceco. O íleo de Chávez não funciona. Por isso, os médicos cubanos apelam para a sonda nasogástrica, mas sem chances de muito sucesso. Como não consegue absorver nutrientes, por causa do câncer, Chávez entra em fase terminal. Ele pode morrer de septicemia por causa translocação bacteriana pela corrente sanguínea.

No entanto, a VTV (canal oficial de televisão da Venezuela) insiste em contar a mentira socialista de que Chávez “melhorou e até faz exercícios físicos”.

Na Venezuela, o clima de instabilidade política esquenta, porque a censura encobre as verdadeiras informações sobre o real estado de saúde de Chávez. A oposição já cobra a formação de uma junta de médicos independentes para avaliar o quadro clínico do presidente – o que o governo não aceita. O temor oficial é que se comprove que Chávez não tem a menor condição de assumir um novo mandato.

Fonte:http://www.alertatotal.net/

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

PALAVRAS DE GOVERNANTES NÃO É CRÍVEL


Presente de Natal

Rodrigo Constantino, O GLOBO

Prezado Papai Noel, começo pedindo desculpas, pois essa carta não chegará a tempo. É que os Correios aqui no Brasil ainda são administrados pelo governo, e sabemos como as estatais costumam ser ineficientes.
Gostaria de dizer que me comportei bem este ano. Não pratiquei nenhum “malfeito”, não usei “amizades íntimas” para conseguir privilégios, enfim, fiz tudo diferente da cúpula petista. Sei que isso é pouco para seus rigorosos critérios de julgamento, mas creio que já mereço algum presente por isso, não?
É que meus vizinhos estão cada vez mais flexíveis na ética, pois o exemplo que vem de cima não é dos melhores. Caso o senhor não tenha visto, a última pesquisa mostra elevada aprovação ao governo Dilma. Parece que a turma por aqui não liga para a quantidade infindável de escândalos de corrupção envolvendo gente importante do governo. Você acredita que ainda tem quem veja a presidente como uma “faxineira” da ética?
Se há emprego e renda, ninguém quer saber detalhes da Operação Porto Seguro. Alguns acreditam até se tratar de um esquema de compra de abadás para o carnaval. O ex-presidente Lula virou um mito intocável. Isso aqui é uma festa, Papai Noel. Deve ser o clima tropical. Será que você poderia fazer nevar por aqui?
O pior é que até mesmo quando o assunto é economia os dados jogam contra o governo, mas ninguém acusou o golpe ainda. Lembra o ministro Mantega, que prometeu crescimento de 4,5% este ano? Pois é, se chegar a 1% é muito. E isso com a inflação perto de 6%. Combinação terrível essa de baixo crescimento com inflação alta. Quem pode ficar surpreso com a revista “The Economist” pedindo a cabeça dele?
Mas o governo coloca a culpa no resto do mundo, como sempre, ignorando que os demais países latino-americanos crescem muito mais que a gente, sem falar dos asiáticos. E não é que o povo acredita? Será que você mandaria alguns milhões de óculos para cá? Deve ser algum problema de visão dos meus compatriotas.
Aproveito para reclamar contigo do excesso de chatice politicamente correta por aqui. Está ficando insuportável isso. Uma turma fascista pensa lutar pelo nosso bem, e não enxerga limites para invadir nossas liberdades de escolha. Querem controlar tudo em nome da saúde perfeita.
Você acredita que a Anvisa proíbe até bronzeamento artificial? Não ria, bom velhinho, pois é sério. É questão de tempo até o Dráuzio Varella, esbanjando saúde, te usar como mau exemplo em alguma campanha. Essa sua pança não é nada politicamente correta, e as crianças podem ter uma influência negativa. Olha o nível da situação!
Papai Noel, agora eu preciso ser sincero e te fazer uma crítica. Desde muito desconfio que você seja marxista. Não é apenas pela cor vermelha de sua roupa ou essa barba comprida. É algo muito pior. Você distribui todos os presentes, fica com a fama de legal, mas quem paga a conta mesmo são os pais das crianças!
Essa é exatamente a postura dos esquerdistas em geral. Eles querem fazer caridade com o esforço alheio. Eles gostam de posar de altruístas jogando a fatura para os outros. Que vergonha você agir conforme essa turma. Eu confesso que esperava mais do senhor...
Bom, estou chegando ao fim da carta, e gostaria de fazer meus últimos pedidos. Espero que em 2013 a ficha possa cair no Palácio do Planalto, pois ela já caiu para todos os economistas sérios: os rumos da economia precisam mudar. Não é mais possível estimular consumo com base em crédito público. Isso vai acabar produzindo uma bolha por aqui.
O governo também precisa parar com essa mania de intervir o tempo todo na economia de forma arbitrária. O que permite crescimento sustentável é um arcabouço institucional simples e claro, que garanta a propriedade privada e ampla liberdade econômica. Empresários gostam de segurança nas regras do jogo.
Os gastos públicos precisam ser drasticamente cortados também, para permitir a redução dos impostos. Mas com esses “desenvolvimentistas” no poder fica difícil sonhar com isso.
A “oposição” precisa acordar. Ela está hibernando há tempo demais. Sei como deve ser difícil para os tucanos, de esquerda, criticarem de forma mais dura o modelo econômico do PT. Por isso precisamos urgentemente de uma opção liberal, sem medo de defender uma alternativa a essa social-democracia engessada.
Por fim, um último pedido. Que o livro “Privatize Já” seja distribuído entre a população. Quem sabe assim o pessoal acorda e deixa de cair nessa ladainha de slogans eleitoreiros, tal como “o petróleo é nosso” e outras besteiras do tipo.
Atenciosamente, R.C.

Fonte:http://rodrigoconstantino.blogspot.com.br/

AS VERDADES QUE SÃO INVERDADES





A VERDADE ESTÁ NA CARA, MAS NÃO SE IMPÕE.

(ARNALDO JABOR)

O que foi que nos aconteceu?
No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor,'explicáveis' demais.
Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas.
Tudo já aconteceu e nada acontece. Os culpados estão catalogados, fichados, e nada rola.
A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira!!!!!!!
Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada!!!!!!!!
Os fatos reais: com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos!!!!
Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes, as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo!!!!!
Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações. Sempre se acha inocente ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem remorso nem vergonha do que faz!!!!!
Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder. Este governo é psicopata!!! Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão nas nádegas. A verdade se encolhe, humilhada, num canto. E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de 'povo', consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações 'falsas', sua condição de cúmplice e Comandante em 'vítima'!!!!!
E a população ignorante engole tudo.. Como é possível isso?
Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na Fortaleza da lentidão e da impunidade. Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados - nos comunica o STF.
Os delitos são esquecidos, empacotados, prescrevem. A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo.
Sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito...
Está havendo uma desmoralização do pensamento.
Deprimo-me:
Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?'
A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo.
A cada cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha, muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais Aos fatos!!!!!
Pior: que os fatos não são nada - só valem as versões, as manipulações.
No último ano, tivemos um único momento de verdade, louca, operística, grotesca, mas maravilhosa, quando o Roberto Jefferson abriu a cortina do país e deixou-nos ver os intestinos de nossa política.
Depois surgiram dois grandes documentos históricos: o relatório da CPI dos Correios e o parecer do procurador-geral da república. São verdades cristalinas, com sol a Pino.
E, no entanto, chegam a ter um sabor quase de 'gafe'.
Lulo-Petistas clamam: 'Como é que a Procuradoria Geral, nomeada pelo Lula, tem o desplante de ser tão clara! Como que o Osmar Serraglio pode ser tão explícito, e como o Delcídio Amaral não mentiu em nome do PT ? Como ousaram ser honestos?'
Sempre que a verdade eclode, reagem.
Quando um juiz condena rápido, é chamado de exibicionista'. Quando apareceu aquela grana toda no Maranhão (lembram, filhinhos?), a família Sarney reagiu ofendida com a falta de 'finesse' do governo de FH, que não teve a delicadeza de avisar que a polícia estava chegando....
Mas agora é diferente.
As palavras estão sendo esvaziadas de sentido. Assim como o stalinismo apagava fotos, reescrevia textos para contestar seus crimes, o governo do Lula está criando uma língua nova, uma neo-língua empobrecedora da ciência política, uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro político simplista que está se consolidando no horizonte.
Toda a complexidade rica do país será transformada em uma massa de palavras de ordem , de preconceitos ideológicos movidos a dualismos e oposições, como tendem a fazer o Populismo e o simplismo.
Lula será eleito por uma oposição mecânica entre ricos e pobres, dividindo o país em 'a favor' do povo e 'contra', recauchutando significados que não dão mais conta da circularidade do mundo atual. Teremos o 'sim' e o 'não', teremos a depressão da razão de um lado e a psicopatia política de outro, teremos a volta da oposição Mundo x Brasil, nacional x internacional e um voluntarismo que legitima o governo de um Lula 2 e um Garotinho depois.
Alguns otimistas dizem: 'Não... este maremoto de mentiras nos dará uma fome de Verdades'!

FONTE:E´mail

A TROCO DE QUÊ???


Inteligência descobre que empresas europeias doam 100 milhões de Euros por ano para mensaleiros



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Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net


Exclusivo – O Rosegate é a prova de que o Mensalão não acabou e parece eterno como os diamantes. Investigações sigilosas da Polícia Federal e de setores de inteligência das Forças Armadas descobriram que é de 25 milhões de Euros a generosa contribuição trimestral “doada” à cúpula de petistas por empresas européias beneficiadas com negócios no Brasil. A grana pesada (100 milhões anuais) rola por fora da contabilidade oficial, em depósitos feitos no exterior. Se tal descoberta não for abafada e ficar de fora do inquérito da Operação Porto Seguro, o titanic do PT vai afundar.

Um descuido (ou aposta na impunidade) fez com que viesse à tona o informe, que circula pela internet, de que, numa viagem de Lula a Portugal, Doutora Rosemary Nóvoa Noronha teria levado, na “mala diplomática”, 25 milhões de Euros. O valor, que teria sido declarado à receita portuguesa, seguiu em carro forte para depósito na agência central do Banco Espírito Santo, na cidade do Porto. A PF sabe que vários condenados no Mensalão – e um dos milagrosamente absolvidos – têm movimentadíssima conta corrente no BES português.

A imperícia foi que Rose mandou fazer o depósito tendo Luiz Inácio Lula da Silva como o possível beneficiário de um seguro que fora feito para evitar “algum sinistro” com tanto dinheiro. Se os dados da Aduana do aeroporto internacional Francisco de Sá Carneiro forem confirmados oficialmente, o bebê de Rosemary vai sofrer um aborto político. O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, já pensa em pedir a prisão preventiva de Rosemary e intimar seu amigo Lula para dar explicações oficiais sobre tudo que envolve o Rosegate.

Um outro descuido, cometido por outro amigo de Rosemary, também detectado pela Polícia Federal, é guardado em estranho sigilo. Sete meses atrás, mesmo usando indevidamente as facilidades da “área reservada a autoridades”, o consultor e advogado José Dirceu de Oliveira e Silva teve um probleminha no embarque internacional do Aeroporto Internacional de Guarulhos. Um servidor da Receita Federal resolveu apreender 35 mil Euros que ele levaria a uma viagem à Europa. O preço pago pelo ousado funcionário foi ganhar uma promoção: acabou transferido para o Aeroporto dos Guararapes, em Recife. Dirceu só ficou sem a grana em excesso que levava.

O fato mais grave de todos é que a Presidenta Dilma Rousseff – mesmo não envolvida ou beneficiada por tais maracutaias – têm pleno domínio de todos estes fatos sigilosos. Tanto que uma das cinco facções com poder na Polícia Federal já vaza que a Operação Porto Seguro estava programada para acontecer em setembro. Mas a cúpula da PF recebeu “uma ordem de cima” para nada fazer naquele momento, porque tumultuaria a situação política eleitoral. Torna-se ridícula a tentativa de o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negar que a quadrilha atuasse na Presidência da República. Rosemary era chefe de gabinete da PR em São Paulo por indicação do bem amado Lula e por conveniência (ou conivência) da Presidenta Dilma Rousseff.

Rosemary não teve a prisão preventiva decretada pela Justiça Federal, na deflagração da Operação Porto Seguro, simplesmente porque houve um movimento – que falhou – para que seu nome nem viesse à tona nesta primeira fase de investigações. Ficaria no famigerado “segredo judicial”. Mas como a operação envolveu também agentes de informação das Forças Armadas, ficou impossível esconder quem era Rosemary e o que ela representava, de verdade, para o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Rosemary terá de explicar como utilizava um passaporte exclusivo de membros do primeiro escalão governamental para viagens de negócio ao exterior que fazia sem a presença do amigo Lula. Serviços de inteligência das Forças Armadas receberam informes de que Rose participaria de negócios com diamantes em pelo menos cinco países: Bélgica, Holanda, França, Inglaterra e Alemanha. As pedras preciosas seriam originárias de negócios ocultos feitos pela cúpula petralha na África, principalmente Angola. Tal informação também foi passada à PGR pelos militares.

Foram detectadas dezenas de viagens não-oficiais de Rosemary ao exterior, para "passeios de negócios". O passaporte especial a denunciou. Foram 23 para a França. Para Suíça, ocorreram 18, por via terrestre, partindo de Paris, e mais quatro por via aérea. Rose também fez 12 deslocamentos de avião para a Inglaterra. Outras sete viagens para o Caribe e os Estados Unidos, aconteceram de navio – de acordo com a inteligência militar brasileira. Tais informações sigilosas sobre o Rosegate não aparecem nas 600 páginas do inquérito da Operação Porto Seguro.

O temor petralha é que o destino deles está nas mãos do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel – a quem os “gênios” do PT tentaram indiciar na CPI do Cachoeira, mesmo sabendo que o procurador nada tem com o empresário de jogos Carlos Augusto Ramos. Gurgel tem tudo para decidir que a Operação Porto Seguro será mais um caso para o Supremo Tribunal Federal, por envolver autoridades com prerrogativa de foro privilegiado. De imediato, Gurgel deve pedir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico de Lula & família, mesmo sabendo que nem tudo deve ser descoberto.

Gurgel tem tudo para pedir a prisão preventiva de Rosemary – que só os íntimos amigos petistas sabem por onde anda. Rose só não foi presa inicialmente por sua intimidade com o poderoso Lula. Exatamente por isso, agora, ele deve prestar contas à Justiça. Gurgel já tem documentos que confirmam como a ex-chefe de gabinete da Presidência da República em São Paulo agia com respaldo de Lula, principalmente nas viagens internacionais que fazia em companhia dele ou não, portando passaporte especial privativo de autoridades diplomáticas. E, também, como Rose ainda atuava em sintonia com José Dirceu, José Genoíno e demais figuras de proa condenadas na Ação Penal 470 do Supremo Tribunal Federal.

A imagem do governo Dilma será afetada diretamente pelo Rosegate. No teatro, até agora, ela tem se saído bem. Seus marketeiros venderam a falsa imagem de que ela demitiu Rose – quando, na verdade, o Diário Oficial da União publicou a conveniente expressão “exoneração a pedido” (da própria exonerada). Mas Dilma só terá mesmo problemas sérios se a economia atrapalhar. Governos suportam denúncias de corrupção, mas não resistem em tempos de agravamento de crise econômica.

Luiz Inácio Lula da Silva também tem um fim de carreira tenebroso. E a desgraça dele começa em casa. Mesmo que Marisa Letícia venha a público com a conversa de que ele é um sujeito família e que nada houve entre ele e Rosemary, o casamento fica, no mínimo, estremecido com a midiática fofocagem – inclusive internacional – sobre a relação Lula-Rose. Mas o grande temor dos amigos de Lula é com a saúde dele. Tratamento pós-câncer não combina com pressões psicológicas como as que ele vem sofrendo agora.

O mito Lula vive seu momento mais infernal. E tudo pode ficar ainda pior se o Procurador-Geral da República cumprir o dever... O que não ocorreu no processo do Mensalão, porque não convinha às ocultas forças internacionais que controlam o Brasil de verdade. Mas agora, como Lula nada mais é que um ex-Presidente, sem foro privilegiado ou imunidade parlamentar, a casa do mito tem tudo para ruir.

Pelo menos para a cúpula do PT, parece que a famosa Profecia Maia sobre o “fim do mundo” já é uma realidade bem concreta.

Diferenças fundamentais.

O craque Jorge Bastos Moreno, de O Globo, revelou ontem que o ex-presidente João Baptista de Oliveira Figueiredo, último dos presidentes da tal da dita-dura, tinha uma namorada secreta.

A grande diferença é que a empresária Myriam Abicair, que hoje é dona do badalado spa “Sete Voltas", em Itatiba, sempre foi tratada por Figueredo como “namorada” – e não como mera “amante”.

Outra diferença é que Myrian nunca entrou na aeronave presidencial, nunca teve cargo no governo, nunca fez parte de quadrilha para praticar tráfico de influência em benefício de empresas que fazem negócios com o governo e pagam mensalões, nem nunca se meteu com o complicado e perigoso negócio de venda internacional de pedras preciosas...

A conclusão a que se chega é que já não se fazem mais namoradinhas de presidentes como antigamente...


Fonte:http://www.alertatotal.net/

COM SERIEDADE...O BRASIL SERÁ MELHOR


Jefferson tem livro com detalhes ocultos do mensalão, mas só publica depois do "juízo final"


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Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Roberto Jefferson, o homem que brigou com José Dirceu e chutou o balde do Mensalão, promete publicar um livro com bastidores inéditos do escândalo que só não derrubou Lula por milagre. Jefferson negocia com duas editoras: uma do Brasil e outra muito famosa da Espanha. Mas a publicação só sairá depois que o tal “transitado em julgado” for finalmente uma realidade na sentença da Ação Penal 470. Em tratamento contra um câncer no pâncreas, Jefferson continua na briga de sempre... Te cuida, Bob!

Mais tortura psicológica que o Julgamento do Mensalão (conforme reclamou outro dia o condenado José Genoíno) é a onda de dossiês que promete revelar ainda mais detalhes sobre megaescândalos que assolam o Brasil, apavorando a petralhada, a tucanalha e seus comparsas mais ou menos votados. O Brasil ficaria eletrizante se Marcos Valério, Carlinhos Cachoeira, Paulo Vieira e tantos outros operadores de esquemas revelassem uma boa parte do que sabem. O problema é que nosso Judiciário ainda é muito lento para punir crimes contra a coisa pública.

Um escândalo supera o outro em dimensão e repercussão. E praticamente todos rendem punições brandas ou que demoram tanto a acontecer que beneficiam os infratores. Vide o mensalão, no qual os condenados devem passar pouco tempo na cadeia. Valério pegará um mínimo de 6 anos, 8 meses e 21 dias na prisão. José Dirceu pegará 1 ano, nove meses e 10 dias. Delúbio: 1 ano, 5 meses e 25 dias. João Paulo Cunha: 1 ano, 6 meses e 20 dias. Henrique Pizzolato: 2 anos, 1 mês e 5 dias. Pelo mal que fizeram ao Brasil, é pouco! Joaquim Barbosa foi bonzinho com eles, indultando-os da prisão imediata.

As festas de fim e começo de ano foram providenciais para os nossos corruptos. Ninguém quer saber de escândalos. O noticiário se transforma em um mar de tranquilidade. Como janeiro também é o mês de férias – para a maioria dos servidores públicos e, principalmente, do Judiciário -, a calmaria continua. Em fevereiro, quando o ano ameaça começar, vem o carnaval, e tudo fica paradinho novamente. Assim, ficam esquecidos – e mais abafados ainda – o Rosegate, o Gabrielligate, o Eletrogate e tantos outros escândalos capazes de encher o nosso saco e o do Papai Noel.

Ontem, tive uma ilusão. Cheguei a acreditar que seria brindado com a bela mensagem natalina da Presidenta Dilma Rousseff. Que nada! A Velha Guerrilheira foi para a cadeia (de rádio e televisão, claro) para despejar um papo furado, cheio de números, sobre as maravilhas do Governo Federal. Tudo lido no teleprompter, escrito por marketeiros, sem a menor credibilidade no que era dito. Dilma é até uma razoável “atora”, mas nem a Velhinha de Taubaté levou muita fé no que ela falou. Prometeu mundos e fundos, e não explicou por que o Brasil não cresce como deveria.

Já que a Dilma não cumpriu a missão sincera de nos desejar um feliz natal e um ano novo concretamente melhor, cada um dos “amigos e amigas” devem fazê-lo por ela. Logo mais, que todos se lembrem do nascimento de Jesus – o exemplo dos exemplos. E vamos pedir ao Pai dele que derrame suas luzes de Justiça para purificar os podres poderes que infestam o Brasil.

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Soltando a franga contra a Justiça?


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Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Todo mundo sabe que a Justiça não funciona direito no Brasil. Os motivos são variados: excesso de regramentos, lentidão processual, muita burocracia, visão autoritária de muitos magistrados, rigor seletivo praticado por alguns membros do Ministério Público, enorme possibilidades de recursos que protelam a sentença final das ações, penas que não punem eficazmente e prisões medievais que, além de não recuperar ninguém, ainda servem para “aprimorar” os criminosos.

Legal é quando o sistema é criticado por um de seus operadores. O ex-ministro da Justiça de Luiz Inácio Lula da Silva e um dos mais famosos e caríssimos advogados criminalistas do Brasil resolveu soltar a franga contra o Judiciário. Márcio Thomaz Bastos escreveu um artigo no site Consultor Jurídico para reclamar da "degeneração autoritária de nossas práticas penais". Estrategista da defesa de muitos réus do mensalão (mesmo sem aparecer oficialmente), Bastos protestou que a "tendência repressiva passou dos limites em 2012".

Curioso é que o texto de Bastos fez referência a pensadores idolatrados pela esquerdinha mais radicalóide. O criminalista usa o italiano Antonio Gramsci (1891-1937) e o filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) como fontes de inspiração para convocar advogados a responderem ao "espírito vigilante e punitivo exacerbado no ano que passou". Bastos foi incisivo ao se queixar do "sentimento de desprezo pelos direitos e garantias fundamentais" que age "à sombra da legítima expectativa republicana de responsabilização".

Sem citar o Supremo Tribunal Federal, Márcio Thomaz Bastos dirigiu sua crítica diretamente aos ministros que condenaram réus do mensalão com base na teoria do “domínio do fato” – uma tese de juristas alemães. Bastos aproveitou para alfinetar a turma do STF, com sua tese: "A disciplina da persecução penal não pode ser colonizada por uma lógica estranha, simplesmente para facilitar condenações".

Foi fazendo tamanho malabarismo verbal que Bastos rejeitou a "tendência a tornar relativo o valor da prova necessária à condenação criminal". O criminalista ainda alfinetou que, "quando juízes se deixam influenciar pela 'presunção de culpabilidade', são tentados a aceitar apenas 'indícios', no lugar de prova concreta". Bastos complementou: "Não é de hoje que o direito de defesa vem sendo arrastado pela vaga repressiva que embala a sociedade brasileira". E fechou o raciocínio com uma pérola digna do pensamento radicalóide petista: "Quanto mais excepcionais os meios, menos legítimos os fins alcançados pela persecução inspirada pelo ideal jacobino da 'salvação nacional'".

Os argumentos ficam muito bonitinhos no papel. O palavreado se transforma em adereços de Carmem Miranda para enfeitar uma pretensa tese que em nada contribuiu para o combate à impunidade no Brasil. Bastos é um dos aproveitadores de nossa insegurança do Direito. Ganha muito dinheiro defendendo quem tem muito dinheiro e investe no desrespeito à Lei e à Ordem. Como ex-ministro de um dos governos mais corruptos de nossa História, agiria com mais ética se fizesse como um avestruz – enfiando a cara em um buraco, de tanta vergonha.

Como o Judiciário está de férias, as pessoas sérias darão pouca bola a Thomaz Bastos.

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A VERDADE DE UM LADO SÓ...NÃO É VERDADE!


Cláudio Fonteles: objetivo da Comissão da Verdade é resguardar a democracia

‘O que importa é criarmos uma grande rede protetiva da democracia’, diz Coordenador da comissão

Entre prateleiras . O ex-procurador Cláudio Fonteles no Arquivo Nacional: “Pedimos ao ministro da Defesa que nos venham esclarecimentos sobre dados concretos. Houve diálogo franco” Foto: Givaldo Barbosa / Givaldo Barbosa/19-12-2012


Entre prateleiras . O ex-procurador Cláudio Fonteles no Arquivo Nacional: “Pedimos ao ministro da Defesa que nos venham esclarecimentos sobre dados concretos. Houve diálogo franco” Givaldo Barbosa / Givaldo Barbosa/19-12-2012
SÃO PAULO — Ex-procurador-geral da República, Cláudio Fonteles mergulha nos papéis do Arquivo Nacional duas vezes por semana. Com milhares de documentos, quer recriar a ação da ditadura militar na violação de direitos humanos. Produziu mais de uma dezena de análises. “Redescobri os arquivos”, diz ao GLOBO o coordenador da Comissão da Verdade, cuja meta é eliminar o risco de outro regime militar no país.
Que balanço o senhor faz deste primeiro ano, na verdade, sete meses da Comissão da Verdade?
Um balanço bem positivo. O grande propósito foi estabelecer um alto diálogo participativo com a sociedade. E conseguimos atos concretos nesse sentido. Viajamos por diversas partes do país, debatemos com a sociedade e com instituições oficiais sobre o período, tendo como objetivo que, nunca mais, nós, brasileiros, tenhamos de viver para nossos conflitos uma solução de Estado ditatorial militar, que é truculento, violento e assassino. Para isso, importa que criemos uma grande rede protetiva da democracia.
Como o senhor vê a restauração de nomes atacados na ditadura, como deputados cassados que voltaram ao Congresso, e a recuperação de espaços usados pelo regime, como a Casa da Morte de Petrópolis, que está sendo desapropriada?
Sobre isso (Casa da Morte), mandei ofícios ao governador Sérgio Cabral e ao prefeito Eduardo Paes. Assim como para o governador de São Paulo e o do Rio Grande do Sul, onde havia também uma casa da morte, para que esses espaços, no passado porões da ditadura, sejam transformados em áreas em que a sociedade se manifeste, com atitudes concretas de cinema, teatro, debates, em defesa da democracia.
A ocupação desses espaços funciona como vacina?
Não tenho a menor dúvida. E, mais do que vacina, é para encorajar as pessoas, que saiam dessa letargia e venham conhecer, profundamente, o quão brutal, terrível e tenebroso é o Estado ditatorial militar.
A Comissão já falou da dificuldade de receber documentos por parte dos militares. Como está essa relação?
A relação é de diálogo. Pedimos ao ministro da Defesa (Celso Amorim) que nos venham esclarecimentos sobre dados concretos, pontuando situações concretas. Houve diálogo muito franco com o ministro e com os comandos militares. Isso foi feito recentemente. Há um prazo. E a gente aguarda que essas respostas venham pontuando esclarecimentos.
As primeiras respostas dos militares davam conta de que os documentos haviam sido queimados ou destruídos...
A Comissão marcou posição clara em três pontos. Primeiro, mostrou que a tese, sustentada pelo (ex-) ministro (Nelson) Jobim, da Defesa, de que foi legal o procedimento de eliminação de documentos, não estava certa e de que isso era ilegal. O outro ponto diz respeito à correção do registro de morte, como no caso de Vladimir Herzog. E a outra posição foi mostrando que não existem dois lados.
A partir dos depoimentos colhidos, é possível entender a cadeia de comando dos militares? Há colaboração nos depoimentos de militares?
Minha área não é de coleta de depoimentos, mas a prova documental. Estou toda a semana no Arquivo Nacional, mergulhado lá. São provas até então secretas, pelo próprio sistema ditatorial militar. Mas temos também as equipes que se dedicam mais à coleta de depoimentos.
O senhor recebeu os arquivos do ex-comandante do DOI Julio Molinas Dias, morto recentemente em Porto Alegre?
Sim, e estou trabalhando com esses documentos. Não posso adiantar assim porque a matéria não está fechada, para usar a linguagem jornalística (risos).
É o único acervo de documentos particulares que o senhor obteve?
Fora dos arquivos públicos, só recebi este. Estamos trabalhando no Arquivo Nacional e no Dops de São Paulo também.
E os arquivos do major reformado Sebastião Curió sobre a Guerrilha do Araguaia?
São arquivos privados. É preciso primeiro criar toda uma grande estrutura e depois ver as medidas a serem adotadas.
No caso Curió, esses documentos têm interesse público?
A documentação que estou avaliando da Operação Araguaia é enorme. Tem um acervo do Serviço Nacional de Informação (SNI) e ainda estou montando esse quadro. Depois de ver essa produção própria do SNI, do Cenimar (Centro de Informações da Marinha), do CIE (Centro de Informações do Exército), posso casar com os documentos existentes com pessoas. Minha primeira rede de abordagem é criar um quadro a partir desses grandes centros de informação aos quais essas pessoas se vincularam. Depois, posso complementar com alguma prova existente em documento particular.
Qual será o desafio deste próximo ano para a Comissão?
Não vamos esmorecer. Até então, eu tinha uma visão equivocada de um arquivo público. Mas nunca é tarde para se aprender na vida. Minha ideia de arquivo era uma coisa de papel imprestável. Até pleonasticamente, “arquivo morto” não tinha nenhum significado e jazia em um espaço de depósito. Não é nada disso! Aprendi que ali há uma fonte inesgotável de produção de conhecimento. Quero me manter entusiasmado com isso até depois que a Comissão acabar. Porque a Comissão termina, mas continuamos defendendo a democracia.
Como vê as críticas de setores militares de que a Comissão é um revanchismo?
Respeito a pessoa que pensa assim, mas não é isso. Não há dois lados, nem revanchismo. Temos de cumprir a lei, e ela diz que o Estado ditatorial militar brasileiro violou gravemente os direitos da pessoa humana por seus agentes públicos.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/claudio-fonteles-objetivo-da-comissao-da-verdade-resguardar-democracia-7133242#ixzz2GBpU9EXk
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Fonte:http://oglobo.globo.com/pais/noblat









RESPEITAR É DEVER...ACEITAR É OPÇÃO


Pesquisa Datafolha evidencia outra vez: o brasileiro é conservador. Ou: Eleitores em busca de um partido


No mundo inteiro, partidos políticos buscam eleitores. No país da jabuticaba, da pororoca e da polícia que faz greve quando trabalha (a tal “operação padrão”), dá-se o contrário: os eleitores estão em busca de um partido. Como ele não existe, os coitados vão se virando com o que há por aí… Uma nova pesquisa Datafolha prova pela enésima vez: a maioria do povo brasileiro, salvo numa questão ou outra, é conservadora. Nos países democráticos, civilizados, onde a palavra “direita” não virou palavrão — e por que viraria quando nos lembramos de líderes como Churchill, Adenauer ou De Gaulle? —, essa gente seria considerada… “de direita”. Por aqui, tratam-se os números quase com certo pesar, como se o povo ainda estivesse tocado por uma espécie de má consciência.

As perguntas do Datafolha, ao menos na forma como apareceram na Folha Online, são um tanto estranhas e podem distorcer o que as pessoas realmente pensam, mas vá lá… Os números ajudam a pensar.

Homossexualidade
Informa-se, por exemplo, que 69% dos brasileiros acham que “o homossexualismo deve ser aceito por toda a sociedade”, contra 25% que acreditam que “ele deve ser desencorajado por toda a sociedade”. Vênia máxima, se as coisas foram postas desse modo, não se tem um retrato fiel do que pensam as pessoas. A razão é simples: o contrário de “aceitar” é “repudiar”; “desencorajar” é “encorajar”. É evidente que muita gente que “aceita” acredita, no entanto, que não deva ser encorajado.

O papa Bento 16 andou apanhando esses dias nas redes sociais pelo que que não disse. Ele apenas defendeu, E PARA OS CATÓLICOS, famílias formadas por homem, mulher e filhos. Não “repudiou” ninguém. Muitos defensores do governo iraniano confundiram Bento 16 com Ahmadinejad ou com o aiatolá Khamenei. É no Irã que se penduram os homossexuais em guindastes, não na Praça São Pedro. Mas retomo: ainda que com perguntas a meu ver distorcidas, parece que a pesquisa detectou uma visão tolerante dos brasileiros quantos a essa questão. O Datafolha poderia, no entanto, ter sido mais específico e indagado o que pensam os brasileiros sobre a união civil de pessoas do mesmo sexo.

Armas
As questões referentes às armas também me parecem contaminadas pela indução. Dizem que “a posse deve continuar proibida porque ameaça a vida de outras pessoas” 68% dos entrevistados, contra 30% que acham que “arma legalizada deveria ser um direito do cidadão para se defender”. O Brasil já fez um referendo a respeito: a proibição da venda legal de armas perdeu por larga maioria. Ora, num país em que há 50 mil homicídios por ano, mais de 35 mil deles por armas de fogo, é evidente que a esmagadora maioria concordará com o que é uma sentença moral, não uma opção de política pública: “a posse deve continuar proibida porque ameaça a vida de outras pessoas”. Pra começo de conversa, há um erro aí: por que “continuar proibida”??? A arma legal é permitida! Por que “deveria ser um direito” quando, de fato, é um direito, desde que se cumpram as exigências legais?

Quando se fez o referendo, os brasileiros entenderam o óbvio: proibir a venda e a posse legais de armas só atingiria direitos das pessoas de bem, já que os bandidos, por definição, não têm mesmo… armas legais.

Pena de morte e pobreza
A maioria se opôs, o que me parece um bom sinal, à pena de morte: 55% a 42%. Acham que a pobreza deriva da falta de oportunidades iguais 61% dos brasileiros, contra 37% que afirmam que ela está ligada à preguiça. Huuummm… Aqui também vai um reparo: a palavra “preguiça” é um óbvio fator de distorção do resultado. Mas deixemos isso pra lá. É inegável que se espalhou a cultura no país do estado provedor. De resto, atribuir pobreza à “preguiça” nem é um marcador ideológico; é só uma tolice.

Até aqui, vimos o Brasil mais, digamos assim, “progressista”. Esse país encontra eco no Congresso, nas políticas públicas, na imprensa, nas ONGs, nas redes sociais etc. Mas há também o país bem mais conservador — saudavelmente conservador.

Brasil conservador
Acreditam, por exemplo, que os sindicatos “são importantes para defender os interesses dos trabalhadores” 49% dos ouvidos; mas um número quase igual, 46%, está convicto de que eles “servem mais fazer política”. O resultado parece expressar um descontentamento com a excessiva politização dessas organizações, que hoje estão incrustadas no aparelho de estado. De resto, sindicalismo, no Brasil, virou sinônimo de servidor público, já que praticamente não se ouve falar de greve no setor privado.

Violência
É quando responde sobre violência que o Brasil profundo dá uma resposta e uma aula para os deslumbrados do miolo mole. Apenas 39% dizem que “a maior causa é a falta de oportunidades iguais para todos”, contra 58% que afirmam que “é a maldade das pessoas”. E olhem que a palavra “maldade” certamente produz um ruído importante. Traz consigo um juízo moral tolinho, raso. Deveria ter sido trocada por “vontade” ou “escolha”. Quando se analisam os dados por faixas de renda, OS BRASILEIROS POBRES DÃO UMA LIÇÃO DE LUCIDEZ PARA OS BOBALHÕES DESLUMBRADOS. Querem ver?

1 – 60% dos que ganham até dois salários mínimos acreditam que NÃO É A POBREZA QUE GERA A VIOLÊNCIA. Só 37% têm essa percepção nesse grupo. Ora, os pobres recusam a pecha de potencialmente violentos porque sabem que isso é mentira. Na pobreza ou na riqueza, existe a possibilidade de escolher ou de recusar o crime. Entre os que ganham de 2 a 5, os números são quase iguais (60% a 38%).
2 – Na faixa de 5 a 10 mínimos, já tendem a crescer as vítimas da sociologice da miséria: caem para 52% os que recusam a hipótese de que pobreza induz violência, e aumenta para 47% os que creem nisso.
3 – Entre os que recebem mais de 10 mínimos, é maior o número dos que enxergam uma relação de causa e efeito entre pobreza e violência: 56% a 42%. Estes já tiveram o pensamento obnubilado pelo discurso politicamente correto, pela imprensa, pela pregação nas escolas…

Os realmente pobres, que ganham até cinco mínimos, sabem que eles estão aparelhados para fazer escolhas morais e para não delinquir, a exemplo de qualquer indivíduo rico ou da classe média. Os realmente pobres sabem que, se pobreza induzisse à violência, não seria possível botar o nariz fora da porta.

Adolescentes infratores
A maioria dos brasileiros também não cai na cascata do “menor infrator” impune. Entendeu o que a parvoíce sociológica se recusa a compreender: quando se estabelece que a imputabilidade penal só se dará aos 18 anos, define-se o limite do vale-tudo para quem está abaixo. É uma questão lógica. Antes que alguns comunas comecem a babar de rancor, cumpre constatar como são as coisas em Cuba: a maioridade penal na ilha se dá aos 16 anos. O Brasil é dos poucos países do mundo que a definiu em 18. Veja tabela.

Mesmo as perguntas do Datafolha sendo muito ruins (ao menos segundo o que foi publicado), o resultado é muito expressivo: 31% acham que “adolescentes que cometeram crimes devem ser reeducados”, contra 68% que acreditam “que eles devem ser punidos como adultos”. Por que digo que é ruim? Ora, eu, por exemplo, discordo radicalmente do que estabelece o tal ECA (eca!!!) hoje, mas rejeito que os criminosos entre 16 e 18 sejam “punidos como adultos”. O que quero dizer? Acho que é preciso haver estabelecimentos prisionais — sim, prisionais — especiais para condenados em regime fechado nessa faixa etária. Não ficarão com os adultos, mas também não serão postos na rua quando fizerem 18, ainda que já tenham alguns assassinatos nas costas…

A lei brasileira foi feita por aqueles tolos que acham que a pobreza gera marginais; logo, como não eram pobres porque queriam, então se fizeram assassinos por culpa… das suas vítimas! Uma ova! Os que ganham até cinco salários mínimos conhecem na pele a falsidade estúpida dessa proposição. Essa esquerda chulé que há no Brasil precisa parar de associar pobres a assassinos. Trata-se de um preconceito asqueroso de classe!

Drogas
O lobby dos maconheiros, um dos mais organizados do país, definitivamente, não conseguiu mobilizar muita gente. Apenas 15%, para desconsolo de muitos, são contra a proibição do uso de drogas porque “é o usuário que sofre as consequências”. Nada menos de 83% defendem a proibição porque “toda a sociedade sofre as consequências”.  O povo é bem mais sábio do que aqueles senhores que estão com uma campanha na TV promovendo a descriminação das drogas.

Deus
A pregação contra Deus também não faz fruto — e olhem que as questões apresentadas pelo Datafolha são, definitivamente, péssimas. Acham que acreditar em Deus “não necessariamente torna uma pessoa melhor” 13% dos entrevistados; já 86% acreditam que a crença “torna as pessoas melhores”.

Desculpem a franqueza, mas as coisas, postas assim, são estúpidas. No fim das contas, as pessoas estão dizendo, com raras exceções, se acreditam ou não em Deus. Esse juízo moral embutido nas perguntas confere a aparência de sectários e facciosos a indivíduos que podem ser exemplos de tolerância.

Eu acredito em Deus e conheço umas bestas ao quadro que também acreditam — e, pois, estaria entre os 13% que acham que isso “não necessariamente torna uma pessoa melhor”. E, por óbvio, conheço indivíduos de excelente caráter que são ateus. Os brasileiros são tolerantes com o ateísmo, até porque, como já observou Sérgio Buarque de Holanda em “Raízes do Brasil”, a nossa religiosidade está longe de ser um exemplo de ortodoxia…

Caminhando para a conclusão
Que estranho país é esse que já aceita a homossexualidade (apesar da pergunta distorcida), que recusa a pecha de preguiçosos para os pobres, mas que recusa a vinculação entre pobreza e violência e não condescende com a discriminação das drogas? Senti falta, a propósito, de uma questão sobre o aborto. Parece ser um país que tende, de modo saudável, a distinguir o que é e o que não é escolha dos indivíduos. Não se é gay ou se nasce numa família pobre por escolha, é evidente. Mas praticar crimes e consumir drogas são atos da vontade, pouco importa a origem social do indivíduo.

Parece ser um país que pode ser tolerante com as diferenças, mas severo com aqueles que escolhem tornar pior a vida em sociedade; é um país que recusa a desculpa fácil do determinismo xucro.

O mais curioso é que esse país não está, prestem bem atenção!, no discurso dos políticos. Ao contrário até: por pressão de ONGs, da imprensa, dos aparelhos de estado tomados pela militância politicamente correta, o Brasil de verdade está muito longe da militância dos políticos do mainstream. No máximo, alguns picaretas e populistas virulentos se aproveitam de alguns temas ligados a comportamento e a valores e vão para a TV e para o horário eleitoral produzir histeria e obscurantismo.

O país que tem jabuticaba, pororoca e polícia que faz greve quando trabalha também é a única democracia do mundo que não tem um partido conservador forte, que seja alternativa de poder. As legendas que vocalizam um ou outro valores do que, mundo afora, se chama “direita” estão agarradas ao PT, recebendo carguinhos e prebendas.

Se isso, um dia, der em boa coisa, também será um caso único, como a jabuticaba, a pororoca e a polícia que, para fazer greve, trabalha…

Por Reinaldo Azevedo

Fonte:http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo